Bienal do Livro 2018

Luiz Américo Camargo, o fazedor de pães

Andrea Vicente Nonato - Publicado em 13/08/2018, às 18h44

A 25ª Bienal do Livro aconteceu em São Paulo e, mais uma vez, prestigiamos o projeto Cozinhando com Palavras, uma iniciativa maravilhosa para deleite dos amantes da gastronomia e dos livros.

Stand do Cozinhando com Palavras, na Bienal

Unindo as duas paixões, a programação deste ano foi super rica e a primeira palestra do evento teve a presença de Luiz Américo Camargo: jornalista, escritor, curador do Taste of SP, evento que reúne o melhor da gastronomia e... e um "fazedor de pães".

Neste encontro, ele falou sobre o início de sua experiência com os pães feitos em casa usando o levain, o fermento natural,  e como havia dificuldade para encontrar informações à respeito. Como ele mesmo afirmou, hoje em dia basta dar um "google" e pronto: você tem pelo menos uma dúzia de receitas e formas de fazer seu próprio fermento e hidratá-lo.

O livro, publicado pela Editora SENAC

Percebendo a dificuldade das pessoas que liam seu blog em entender o processo de feitura do pão, ele passou a explicar passo a passo, desde a hidratação do fermento até chegar ao pão assado recém saído do forno.

Ele conseguiu desmistificar o processo da produção do pão caseiro. É terapêutico, ele diz. Exige atenção e paciência. Cultivar o próprio fermento, sovar, dar forma, controlar a ansiedade durante a espera para o crescimento, tudo exige cuidado e mais... paciência. Depois que sentimos o cheiro do pão em casa, adeus àqueles trambolhos chamados "máquinas de fazer pão". "Quem quer um pão rápido faz uma receita de pão de queijo!", diz Luiz Américo.

Dessa experiência, nasceu o livro "Pão Nosso: receitas caseiras com fermento natural", publicado pela Editora SENAC. De grão em grão, ele se especializou, mas não gosta de ser chamado de "profissional", para ele é um hobby. Dos mais prazeirosos.

Perguntei à ele se, como outros blogueiros, também acreditava que uma receita de pão com mais de quatro ingredientes é lixo, se gostava de fazer as variações. Ele me respondeu que sim, gosta das variações, mas um pão perfeito, de fácil digestão, com sabor intenso, não precisa de mais de quatro ingredientes. É também um purista, o pão para ele é o protagonista em uma refeição.

Minha fatia de pão integral. Simplesmente delicioso!

A dica de ouro: antes de acertar, vamos errar muito na cozinha. Escolha uma receita de pão, fique craque nela. Reproduza à exaustão. Depois, vá variando. E o ápice para ele é oferecer o pão, saber que o outro se alimentará de um produto de qualidade, de sua autoria. A magia do pão! 

Em tempo: nesse mesmo dia, provamos um delicioso pão integral que ele havia assado pela manhã. Simplesmente divino. E ainda ganhamos um potinho com o levain que ele havia hidratado. Minha vez de fazer a magia acontecer!

 


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